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5 motivos para visitar San Sebastian e Bilbau por estes dias – Parte I : O txuletón do Nestor

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Este ano o Gastronomika, em San Sebastian, ocorreu mais cedo, o que permitiu desfrutar do bom tempo que lá, como cá, temos tido até agora. Sobre aquele que continua a ser um dos congressos de gastronomia mais importantes do mundo escreverei no final. Antes, (ao ritmo de um post de cada vez) deixo-vos outras 4 boas razões para uma viagem à região e, adianto já, em nenhuma delas incluo a peregrinação habitual de muitos gastrónomos aos templos clássicos da região (leia-se: Arzak – Martin Berasategui - Asador Etxebarri).

  

 

 O Txuletón do Nestor

 

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Na Parte Velha concentra-se a maior  porção de bares de pitxos (tapas) de San Sebastian e é, por isso, uma das zonas mais procurados da cidade. É fácil nos deslumbrarmos com as dezenas de petiscos que preenchem os balcões das inúmeras casas que se espalham pelo bairro, porta sim, porta não. Todavia, nota-se, desde há uns anos, em muitos lugares, uma oferta mais ou menos igual, uma inconstância na qualidade (mesmo nas casas mais reputadas) e abusos de pintxos carregados de maionese e ingredientes de baixa gama (como o surimi / delicias do mar).

 

Felizmente que continua a haver quem trabalhe bem. Por regra, gente que preferiu ser bom em fazer poucas coisas em vez de tentar ir a todas. É o caso do Bar Nestor, onde basicamente se vendem 4 itens: pimentos de Pádron, salada de tomate, txuletón (costeletão de bovino velho) e tortilha de batata. Começando pela raquete...

 

Por regra, o txuletón vem mal passado e em cima de uma base de ferro bem quente, o que permite, a quem a quem quiser cozinhá-lo um pouco mais, fazê-lo. Tradicionalmente, estas carnes têm uma maturação curta, apenas a suficiente para que a faca deslize por ela sem esforço. Como em tempos escrevi aqui, o sabor é limpo porque, com esta maturação curta, valorizam-se mais os sabores primários da carne (aqueles que são transmitidos, sobretudo, pela alimentação do animal) e não tanto os secundários, que por vezes (ou muitas vezes) adquirem notas de putrefacção, muito valorizadas, nos EUA, por exemplo.

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Os pimentos de Pádron são um bom entretém, para quebrar o gelo, enquanto se espera pela carne. Vão bem acompanhados de cerveja, sidra, ou vinho - entre eles o local branco seco e leve txakoli. Já a salada de tomate, funciona como um belo contraponto à raquete bovina, mesmo que por esta altura o tomate comece a perder a intensidade de sabor.

 

Quanto à tortilha... para grande desgosto, nunca consegui prová-la. A sua confecção é limitada (em termos de unidades) e só a fazem duas vezes ao dia: pelas 13h e pelas 20h. Em ambos os casos aconselha-se a chegar uma hora antes e dar o nome, caso contrário, a possibilidade de comer tão disputada iguaria é menos provável como ver as Ilhas Faroé ganhar o próximo campeonato do mundo.

 

Como acontece em outras casas do género, o local é completamente informal. Porém, neste caso, só servem o cliente se houver um espaço físico para pousar os pedidos. Nada que demova a clientela. Faça os que todos fazem: chegue, dê o nome e beba um copo enquanto agrada. Se disser que é português, o Nestor vai-lhe sorrir e fazer questão de dizer que também é de origens lusas. 

 

Contactos: Calle Pescadería 11, San Sebastian, (Espanha). Tel: +34 943 42 48 73

 

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