"Tenho uma casta, amada e desamada, que conforme o rendimento pode parecer um pinot noir ou um nebbiolo, ou de forma menos evidente, um sangiovese de Brunello. Se posso ter uma casta que tem o melhor que há do mundo, porque plantar castas estrangeira?"
O marketing é uma arma essencial para vender um produto, um serviço, uma imagem e pisso é necessário adquirir conhecimentos de forma a dominar as técnicas que permitam definir uma estratégia ou executar um plano de acções. No entanto existem algumas pessoas com uma intuição e um dom especial para o assunto que fazem a diferença. Luís Pato é um deles. É alguém que utiliza o carisma e a imagem - de especialista, mas também de irreverente - para passar uma mensagem. E nem precisa de o fazer de uma forma directa (embora por vezes o faça) porque, como bom sedutor, Luís Pato sabe que quando se é uma referência fica bem, em lucra-se em puxar pelo bem comum. Trocado por miúdos, ele sabe que ao puxar pela Bairrada, pela baga - a casta emblemática da região (a tal que é amada e odiada) - ou quando defende que a região deve fazer dos espumantes e dos brancos a sua grande aposta, ele está a puxar também pelos seus vinhos. Claro que tudo isso é mais fácil quando se é uma figura emblemática, não só na região, mas também no país (e até mesmo fora dele).
E ser-se uma referência e uma autoridade na matéria não vem do discurso (ok também vem um bocadinho), mas sim dos belíssimos vinhos que tem vindo a fazer ao longo de mais de duas décadas. Luís Pato gosta de ser conhecido pelo "Sr Baga". Porém, "Sr Marketing"é um cognome que não lhe assenta nada mal.