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Miguel Castro e Silva com sushi alentejano e boas carnes

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Não me lembro de ter saído uma única vez de um restaurante de Miguel Castro e Silva sem aquela sensação de alegria que uma boa refeição proporciona. E já vou a restaurantes dele, no Porto e em Lisboa, há um bom par de anos. No sábado passado, quando fui convidado para me juntar a um grupo de umas 30 pessoas que ia almoçar ao seu novo De Castro Sushi Alentejano, no lisboeta Bairro Azul (Rua Ramalho Ortigão, 9, tel. 21 3869751), pensei que ia ser desta, quer pelo número exagerado de comensais quer pelo "conceito" do restaurante que, admito, tenho alguma dificuldade em compreender. Mas a verdade é que gostei muito. De sushi alentejano provei pouco, só uns simpáticos uramakis (com o arroz "invertido") recheados com ingredientes inusitados como bacalhau à Braz, alheira, cavala fumada, pezinhos de coentrada e outros, que serviram logo no início. Mas depois vieram os óptimos petiscos que o chefe apresenta também no De Castro Elias (que se mantém aberto e inalterado) como as famosas iscas de bacalhau e a morcela da Beira Alta. Provei ainda a mini-francesinha, a única versão que aprecio deste horrível prato, ao que parece mal importado de França nos anos 50, que incompreensivelmente uma terra como o Porto, que se devia orgulhar das suas riquíssimas tradições gastronómicas, decidiu adoptar como símbolo...A de Miguel Castro e Silva leva pelo menos boas carnes e um molho, que se verte por cima em vez de inundar o prato, bastante mais leve e agradável.  

Mas o melhor estava para vir, já que a casa associou-se ao produtor alentejano Solar da Giesteira que, em Montemor-o-Novo, apresenta, entre azeites, compotas e biscoitos caseiros, vinhos, borrego e porco preto, também carne de vitela que, depois do desmame, se alimenta só de produtos vegetais como a bolota, pasto e feno. Miguel Castro e Silva pediu-lhes lombelo, um corte raro de aparecer nos talhos portugueses e que quando aparece é servido com o nome francês de "onglet". Pelo que percebi, esta carne fica algures junto ao diafragama do bovino e neste De Castro veio num belo estufado com cenouras. Depois, um delicioso fígado de cebolada e por fiim costela mendinha assada. Um óptimo almoço num restaurante que terá agora à frente da cozinha Gonçalo Ribeiro, genro de Miguel Castro e Silva. Só falta dizer que quem quiser provar os produtos do Solar da Giesteira pode encomendá-los através do site www.solardagiesteira.com ou do tel. 266 891 697. Fazem entregas a domicílio.


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