Quantcast
Channel: Mesa Marcada
Viewing all articles
Browse latest Browse all 1424

Olivo Moura e números que contrariam mitos

$
0
0

 

Portugal é um dos maiores produtores de azeite do mundo a par de países como a Espanha, ou a Itália, correcto?

 

Errado. A nossa quota de mercado mundial representa apenas 2%, enquanto que a de Espanha, que lidera, é de 46% e a de Itália, 15%. Até a Grécia produz cinco vezes mais do que nós. 

 

O azeite é uma fonte de divisas para Portugal, certo?

 

Nem por isso, em geral a balança comercial é deficitária. É que consumimos 78 000 toneladas e exportamos 58 000. No entanto como só produzimos 63 000, quer dizer que necessitamos de importar 73 000 toneladas. 

 

Estes números são de Manuel Fialho, da Cooperativa Agrícola de Moura e Barrancos e foram recolhidos pela Alexandra Prado Coelho (APC) num interessante artigo publicado no Público de hoje, a propósito da Olivo Moura - Feira Nacional da Olivicultura que inaugura hoje em Moura.

 

Mas Portugal não foi já auto-suficiente nesta matéria?

 

Sim, "nas décadas de 60 e 70, Portugal era auto-suficiente no consumo de azeite, e exportador líquido. Produzia cerca de cem mil toneladas anualmente.”, como refere Manuel Fialho no mesmo  artigo.

 

E nos últimos anos, a produção de azeite não tem vindo a aumentar?

 

Tem, mas o pior foi o que se passou nos anos 80

 

O que é que aconteceu desde então? (pergunta roubada à APC tal como vem na reportagem. A resposta continua a ser de Manuel Fialho)

 

“Arrancou-se olival por todo o lado. Arrancou-se, por exemplo, todo o do Ribatejo.” E só recentemente “se começou a despertar para a importância da olivicultura depois dos grandes investimentos que espanhóis e portugueses começaram a fazer no Alentejo.”

 

 

Estes insignificantes 2% continuam-me a zurzir na cabeça. E eu que pensava que éramos produtores de referência mundial... Valha-nos que a qualidade aumentou significativamente e, mesmo correndo os riscos de ver uma boa parte dos olivais tradicionais serem substituídos por outros de produção super intensiva (padronizados pela bitola espanhola), "Portugal pode produzir muito mais e fazer crescer os 2% que representa actualmente", como refere ainda Manuel Fialho no mesmo artigo do Público. 

 

Já agora quem puder dê um salto à Olivo Moura - Feira Nacional da Olivicultura. O programa tem uma série de actividades e convidados que vai desde a presença do omnipresente, Chakall, ao raramente se vê por aí, José Quitério. 

 

foto retirada daqui


Viewing all articles
Browse latest Browse all 1424

Trending Articles