Eles queixam-se, e com razão, por não lhes ser dada a relevância que merecem, sobretudo quando comparados com os chefes de cozinha que ao menor borrifo viram assunto. Refiro-me aos chefes pasteleiros a quem o produtor David Gelb dedica a 4ª série da aclamada série documental Chef’s Table, que começa esta sexta-feira, na Netflix. São só quatro episódios mas pelo que já vimos em outras empreitadas e pela amostra do trailer abaixo deverão estar ao nível do que foi feito no passado.
Na hora de escolher os nomes, tem sido apanágio do autor da série misturar personalidades famosas com outras menos conhecidos do meio.
Como me disse uma vez David Gelb, “escolhemos os chefes cujas histórias influenciam a comida ou vice-versa”. Como escrevi nessa altura, segundo ele, a ideia é explorar a comida num registo pessoal e tentar interferir ao mínimo. “Adoro que sejam os chefes a contar a sua história. O meu papel é fazer de curador.” E, claro, além da personalidade e de uma boa história, tudo tem de resultar no ecrã, “as pessoas e os pratos”.
É assim que junto com Christina Tosi (1º episódio), do Milk Bar, em Nova Iorque (que inventou a sobremesa mais viciante que já comi até hoje, o cereal milk soft serve) e Jordi Roca (3º episódio), aparecem o gelateiro siciliano Corrado Assenza e Will Goldfarb (2º e 4º episódios, respectivamente), o chefe pasteleiro nova-iorquino que passou pelo elBulli e que trocou mais recentemente a sua cidade por Bali.
Claro, como acontece sempre com qualquer escolha, por vezes, discute-se mais as ausências do que as presenças e, por isso, já está a dar que falar a não inclusão de qualquer pasteleiro francês (quando há dois norte-americanos em quatro retratados) ou a inclusão de apenas uma mulher, numa área "em que dominam", como salienta Amanda Klundt, editora da Eater.com, neste artigo. Mas, como dizia o outro, "lets luque at da traila" (o que neste caso se pode traduzir por: contenham a baba)
Posts Relacionados:
Chef’s Table, a série que entusiasma mesmo quem não se interessa por comida