Acaba de ser anunciado que a Osteria Francescana, do chefe Massimo Bottura (na foto), em Modena, é o novo três estrelas Michelin no Guia Itália 2012. Uma distinção que, como diz o outro, “só peca por tardia”, como me pareceu neste artigo que escrevi para o Fugas, no jornal Público, e publiquei aqui como post. Aliás, já era o quarto classificado na lista do “50 Melhores do Mundo” , segundo o júri da revista Restaurant. Parece assim confirmar-se uma certa “generosidade” da Michelin neste ano, já mostrada no guia para a Alemanha, que deu três estrelas ao La Vie, em Onasbruck, do chefe Thomas Bunher, e quatro novos restaurantes com duas estrelas. A Alemanha, pasme-se, é o país europeu com maior número de três estrelas, só perdendo para os 25 de França e acima dos seis espanhóis (com o encerramento do El Bulli).
Vamos ver se, quando for anunciado, no dia 24 deste mês, em Barcelona, o Michelin Espanha & Portugal, continuará a ser generoso, premiando, finalmente, com três estrelas restaurantes espantosos como o Mugaritz, em San Sebastian, do chefe Andoni Luiz Aduriz, e o Quique Dacosta, do chefe de mesmo nome, em Denia.
Quanto a nós, gente geralmente bem informada diz-me que uma primeira para o Panorama, do chefe Leonel Pereira, no Sheraton Lisboa estará ao alcance. Eu acrescento que uma segunda, para a Fortaleza do Guincho, do chefe Vincent Farges, e uma terceira para o Villa Joya, em Albufeira, do chefe Dieter Koschina, seriam mais do que justas. Outras pessoas bem informadas dizem-me que terá havido uma mudança de política na Michelin, agora mais atenta às características de cada país e menos “francesa”, poderá beneficiar alguns restaurantes portugueses de cariz mais tradicional. Tomara que sim.
A tal não será alheia a substituição, há cerca de um ano, do francês Jean-Luc Naret como director dos guias pelo norte-americano Michael Ellis. Conheci Naret recém-empossado, há um bom par de anos, numa iniciativa da Michelin em Estocolmo e correspondia quase caricaturalmente à imagem do francês arrogante e malcriado. Lembro-me que quando reclamei do facto de a equipa de inspectores que cobria Portugal não incluir um único português, ao contrário do que a Michelin anunciava ser a sua política de ter sempre inspectores dos países que abrangia, ter-me respondido que estava mais interessado na expansão nos EUA, Japão, China e outros grandes mercados do que com “problemas” em países como Portugal…