A notícia já tem uns dias. Apanhei-a no site inglês Caterer and Hotel Keeper e, também, no óptimo blogue de Miguel Andrade, Do Prato à Boca: Nuno Mendes deixa o Viajante para abraçar um novo projecto no Hotel Chilten Firehouse, a abrir nesta Primavera, em Marylbone, numa zona mais central de Londres.
A questão da localização não é meramente um pormenor dado que Nuno Mendes sempre foi um acérrimo defensor da zona leste (mais alternativa e multicultural) da capital inglesa, onde sempre viveu e teve os seus restaurantes desde que se mudou para Londres. Também me parece uma certa surpresa a mudança de um conceito focado numa uma cozinha de influências do mundo, com acento português, como era a do Viajante, para outro, também contemporâneo e com enfoque nos ingredientes, mas com um "american accent", segundo se pode ler na notícia.
Contudo, o site britânico refere dois aspectos que deixam no ar a hipótese deste não vir a ser o principal projecto do chefe português, mas sim o restaurante que ele terá definido e irá implantar, por agora, deixando no ar que, da sua associação com o proprietário deste hotel, poderão nascer novos restaurantes, entre eles, uma "nova versão do Viajante num local diferente".
Nuno Mendes não é apenas o chefe português mais conhecido lá fora. Ele é um dos chefes mais criativos e relevantes a nível mundial, sobretudo no eixo W50Best Restaurants, ranking em que chegou ao 59º lugar na passada edição (e que não me admirava nada que este ano pudesse entrar no top 50). Tive oportunidade de o acompanhar várias vezes durante 2013 (ver posts relacionados abaixo) e vi como ele estava cada vez mais a puxar pelas raízes portuguesas e como elas se enquadravam bem na sua cozinha do mundo. Fica a expectativa quanto aos seus próximos passos. Sejam quais forem, que nos continue a surpreender. (Por mim ficava já feliz com uma versão do Corner Room em Lisboa :)
Foto: tirada por mim na aula que chefe português deu na cozinha do Vila Joya, no último International Gourmet Festival.
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