Mário Sérgio Nunes, da Quinta das Bágeiras, não é o primeiro produtor a "homenagear" uma comissão vitivinícola (neste caso, a da Bairrada) por não lhe terem aprovado um vinho. As razões da reprovação não são oficialmente conhecidas, mas o chumbo faz com que o produtor não possa colocar no rótulo, nem a região, nem, por exemplo, a classificação DOC, reservada (supostamente) aos vinhos de qualidade - mas que muitos rótulos banais costumam ostentar.
Porém, quando em jeito de protesto, um produtor de provas dadas e autêntico, como ele, resolve lançar o vinho com um nome provocador por estar convicto da sua qualidade, devemos dar-lhe o benefício da dúvida.
Eu dei-lhe e fico muito agradecido. Primeiro, porque se não o apelidasse assim, talvez não lhe tivesse dado atenção. Segundo, porque este Chumbado, de rótulo castanho (supostamente um Reserva com 60% de Baga, 40% Touriga Nacional e 13.5° álcool), é um tinto muito do meu agrado: não é polidinho, nem chatinho. Tem estrutura, personalidade aguçada, um toque rústico e uma certa elegância que surpreende. Como se não bastasse, o seu preço não chega a 10 euros. Ou seja: é de comprar, beber e guardar. Que venham mais Mários Sérgios e outros chumbados assim.
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